NINBRÊ: a trajetória de reinvenção e luta do talento que conquistou o Trap

Começar a carreira aos 13 anos, lidar com proibições da própria família, se reinventar como DJ, trabalhar com grandes nomes e enfim conquistar espaço no trap nacional. Essa é a história de Breno, mais conhecido como Ninbrê. Um artista que transformou dificuldades em combustível para crescer.
Falamos do artista que deu seus primeiros passos na música ainda criança. Aos 13 anos, sob o nome artístico “MC Breninho”, ele começava a se apresentar nos bailes da capital com medleys de funk, postados no YouTube.
“Naquela época, não existiam distribuidoras digitais como hoje. Eu só lançava música no YouTube e vídeo mesmo”, lembra ele.
Sua carreira era gerenciada pelo pai do MC Rick, seu parceiro e amigo de longa data, que ajudou a abrir portas.
Uma das primeiras músicas que estourou foi “Novinha do Short Saia”, que fez sucesso na cena local e até tocou em bailes, inclusive na rua C, o nome da música onde Breno chegou a fazer um show ao lado do MC Frank. No entanto, o sucesso precoce teve um impacto inesperado: uma reportagem mostrou imagens do baile que fizeram com que a mãe do artista, preocupada, proibisse que ele continuasse cantando.
“Minha mãe viu a reportagem e me proibiu de cantar. Foi um momento difícil, porque eu queria muito seguir, mas respeitei”, conta.
Sem desanimar, Breno deu uma guinada na carreira e se tornou DJ, adotando o nome “DJ Brenin”. Produziu várias músicas que também tocaram na cidade, incluindo “Acordar 11 Horas”, com MC Rick, que foi sucesso no SoundCloud e nos bailes locais.
Além de produzir, ele trabalhou como DJ de MPC para MC Rick e outros artistas, acumulando experiência nos bastidores dos shows até 2019. Foi nesse ano, com o sucesso crescente de MC Rick, que Breno sentiu a vontade de voltar a cantar.
“O Rick sugeriu ser meu empresário, junto com o pai dele, Rony, que me ajudou bastante no começo dessa nova fase”, diz.
O nome “NINBRÊ” nasceu como uma brincadeira da equipe nos camarins.
“A gente falava tudo ao contrário para ninguém entender. ‘Brenin’ virou ‘Ninbrê’ e pegou”, conta ele, rindo.
As inspirações de Ninbrê vêm tanto do funk quanto do rap e trap. No começo, admirava MC Kelvinho, MC Daleste, MC Boy do Charme e MC Guimê. Já no rap, ouvia Racionais MC’s, Facção Central e, até hoje, é fã declarado de Lil Wayne, que ele tem tatuado no braço. Atualmente, artistas como MC Cabelinho, TZ, Veigh e KayBlack servem de inspiração pela história de vida parecida e o estilo musical.
O momento mais marcante até agora foi seu primeiro festival como Ninbrê, cantando para mais de 20 mil pessoas em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais.
“Pude levar minha mãe e minha irmã comigo. Minha irmã é um dos meus pilares na música, é fã de rap como eu e acompanhou minha trajetória. Foi muito emocionante”, recorda.

Sua primeira música gravada foi em 2015, num estúdio de DJ Thiago FB, com produção do DJ Falker. Naquela ocasião, Ninbrê se sentiu nervoso, não conseguiu se soltar, mas aprendeu muito.
“Já tinha ido mil vezes com o Rick para o estúdio, mas na minha vez fiquei nervoso. Foi um momento importante.”
Hoje, Ninbrê vive exclusivamente da música há dois anos. Produz outros MCs, vende feats e realiza shows. Conquistou a liberdade financeira de morar sozinho e viajar em busca de oportunidades. Entre os próximos lançamentos, está “Cura da Insônia”, projeto gravado de forma espontânea em São Paulo, e o single “Bloqueado Até no Daily”, uma faixa que fala sobre relacionamentos e o fenômeno da rede social Daily.
Além da música, ele mantém sonhos grandes: “Quero ser amigo dos grandes nomes da música, dividir palco com eles, comprar uma casa para minha mãe e reunir a família de novo”, afirma.
Hoje, Ninbrê é artista da Dalama Produções, de Fred Dalama, que também gerencia o sucesso WS da Igrejinha, outro destaque do funk nacional.
